data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Quem gosta de animais sabe a diferença que um "lambeijo" e um rabinho abanando pode fazer no dia a dia. Foi pensando nessa alegria que um cachorro pode proporcionar que surgiu o projeto de cinoterapia - terapia com cães - no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Nesta quinta-feira a iniciativa comemorou dois anos, com direito a festa, bolo e parabéns.
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O projeto acontece semanalmente na Unidade de Atenção Psicossocial Paulo Guedes do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e se estendeu também para o Centro de Tratamento da Criança e do Adolescente com Câncer (CTCriaC). Os protagonistas são dois labradores - hoje o Guapo e a Kira - , do 4º Batalhão de Bombeiro Militar (4º BBM) de Santa Maria. Os "terapeutas" de quatro patas tem até mesmo crachás de identificação para percorrerem as unidades.
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Para marcar a data, os profissionais que integram o projeto realizaram uma festinha no pátio da Unidade Paulo Guedes. Cerca de 30 pacientes brincaram com Guapo e Kira, dançaram e se divertiram com atividades como pintura e bingo. Pouco antes de cantar parabéns, os profissionais de saúde homenagearam os soldados do Corpo de Bombeiros que participam desse projeto de forma voluntária. Os cães dos bombeiros são treinados e utilizados em ocorrências de resgate e salvamento.
- O que é mais importante disso tudo é ver que as pessoas ficam mais calmas, mais tranquilas. É um sentimento muito bom a gente conseguir ajudar as pessoas. A evolução foi em todas as partes. Primeiro, a evolução nossa como pessoa, porque a gente acompanha aquela quem está internado e vê como eles ficam mais calmos, além da evolução dos nossos cães, que ficam muito mais sociáveis - conta o tenente Ivan Flores da Rosa.
Os resultados da cinoterapia já são percebidos por quem convive diariamente com os pacientes:
- Agora realmente a gente vê a evolução do projeto e do benefício que está trazendo para o paciente. Pessoas deprimidas ou ansiosas, antes da atividade com os cães, hoje ficam menos ansiosas, menos agressivas, sem contar a importância para a ressocialização dos pacientes - relata o coordenador da unidade Sidney da Silva Marques.
VÍDEO: artistas levam música e alegria a pacientes do Husm
O projeto já está incluso na rotina de tratamento e o dia de receber o Guapo e a Kira é aguardado com felicidade pelos pacientes.
- Eu amei o passeio com os cachorros e a turma toda. Os cachorros são uma terapia para nós e eu já tinha participado outras vezes. Amei de coração - comenta um dos pacientes, que não será identificado.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
PESQUISA
Para documentar a importância e eficácia da cinoterapia como um tratamento de saúde, a professora do departamento de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pesquisadora líder do grupo de pesquisa Cuidado em Saúde Mental e Formação em Saúde, Daiana Foggiato de Siqueira, em parceira com a pós-doutoranda da escola de enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(USP), Dilce do Carmo, iniciaram uma pesquisa científica sobre o tema neste semestre com os alunos de enfermagem.
- Nós estamos desenvolvendo atividades de extensão e também pesquisa científica. O que a gente quer é comprovar se a cinoterapia tem benefícios para nossos pacientes e familiares, e como os profissionais veem essa atividade no Husm. Nós acreditamos sim nesses resultados positivos, mas precisamos da pesquisa científica, respaldada pelo comitê de ética, para comprovar - explica Daiana.
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A pesquisa é pioneira neste tema na UFSM, conforme a professora. Esse é o único projeto de cinoterapia em andamento em um hospital público do Rio Grande do Sul.